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SE EU FOSSE GENERAL

No final de minha adolescência, cheguei a cogitar seguir a carreira militar. Isso foi após haver visitado, alguns anos antes, a Academia Militar de Agulhas Negras – AMAN. Fiquei muito impressionado. Contudo, meus pais trataram de me dissuadir da idéia usando os mais diferentes argumentos. Estávamos na época em pleno Regime Militar e imagino que eles temiam que a luta contra guerrilheiros e terroristas pudesse representar risco. É o que penso.

O fato é que muitos de meus amigos militares costumam dizer que caso eu tivesse ingressado na carreira, teria sido um bom militar. Imagino que sim. E, se isso tivesse acontecido hoje eu já teria dado baixa, talvez com a patente de General.

Fiz essa digressão apenas para imaginar o que eu faria se fosse hoje um general – de três estrelas pelo menos e não diretamente ligado ao governo – em relação ao STF.

Eu, em nome das boas relações entre as instituições, iria devidamente uniformizado, acompanhado de ordenança e dois suboficiais, fazer uma visita de improviso a, pelo menos, quatro Ministros do STF.  Por que acompanhado? Simples: assim como eles, militares de alta patente também precisam de segurança pessoal, não é?

Como seria tão somente uma visita de cortesia, não apresentaria uma pauta prévia. Apenas telefonaria uma hora antes indagando se os Ministros lá se encontravam e diria “Por favor, me aguarde que estou passando por aí para uma conversa com Vossa Excelência”.

Caso não estivessem nas instalações do STF, faria essa visita nas respectivas residências.

A conversa, é claro, seria amena, pois, é claro, seria uma mera cortesia no sentido de estreitar relações entre as instituições, como disse acima. Levaria um discreto mimo militar para cada um deles, assegurando que se tratava de um gesto atencioso para que sempre se lembrassem da ocasião. E faria um breve comentário sobre a importância das Forças Armadas e do STF na estrita defesa e fiel cumprimento dos dispositivos constitucionais, nossa Carta Maior.

Se eu fosse General e fizesse isso, garanto duas coisas:

  1. Os Ministros iriam refletir muito sobre o real significado da visita;
  1. Passariam a ser bem mais cautelosos em suas deliberações.

Caros leitores, caso houvesse algum General que assim agisse vocês acreditam que o gesto causaria alguma ansiedade nos Ministros ou vocês pensam que eles entenderiam corretamente a visita?  Pelo meu lado, acredito que talvez precisassem de algumas doses de Floratil ou Imosec.

 

Laerte A Ferraz para Vida Destra 14/08/2020.
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10 COMMENTS

  1. Interessante. Fico imaginando como meu amigo Laerte seria, se fosse um general. E qual o verdadeiro papel de um general, porque infelizmente alguns hoje em dia, não honram esse papel.

  2. Como sempre, um excelente texto! Parabéns!
    Eu também gostaria de ver tal cena sair do campo das possibilidades e se tornando real!
    Será que há no EB alguém disposto a tal iniciativa?

  3. No hilário artigo de Laerte, se eu fosse um General, digo que a diarreia desenfreada destes Ministros do STF com a visita súbita de um General não aconteceria. A petulância é tão grande que a patente de 3 estrelas seria para eles, caso de xilindró. Já uma visita dos de 4, são outros quinhentos.

    • Certo. Mas pense o seguinte: um General de três estrelas e mais três fardados. Imagine a cena: o General e ordenança sentados e os dois suboficiais bem ali, em pé, meio de prontidão, como se apenas estivessem esperando uma ordem. Amigo, não ia ter Floratil que segurasse.

  4. Eu defendo abertamente uma intervenção. Veja quanto custa cada poder ? Repare o conluio que existe entre eles , a democracia está ameaçada. As forças armadas viriam para recompor as instituições e suas finalidades.

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Advogado, jornalista e publicitário. Escritor, articulista, palestrante e consultor empresarial em Marketing e Comunicação