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UM LEVE DESPERTAR?

O jornalista Alexandre Garcia, um dos poucos nomes restantes que merecem, com louvor, receber essa denominação profissional, escreveu no Twitter: “‘Tem lá uns 400, 300 deputados que querem que o governo esteja frágil, porque é a forma deles achacarem mais, tirarem mais dele e aprovarem suas emendas impositivas’ – quem disse isso? Um general ministro de Bolsonaro? Não. Um ministro de Dilma, Cid Gomes (Educação), em Belém, 27.2.2015”.

Isso nos faz refletir sobre algo que não é novidade, que não é segredo para ninguém, que não é nenhuma raridade em nossa história política, infelizmente. Não é somente agora que o nosso Congresso Nacional é formado por gente insana, despreparada, egoísta, criminosa, muitas vezes. Isso também nos dá a certeza de que nunca vivemos a democracia em sua plenitude. Não chegamos nem perto disso. O que conseguimos é escolher, às cegas, supostos representantes para supostamente governar o Brasil.

Mas quem ainda não notou que a população brasileira, em sua maioria, não vai mais aceitar isso tão passivamente, como vinha fazendo ao longo de décadas? Quem não sabe que foi a eleição do presidente Bolsonaro que mudou para sempre esse estigma maldito que nos acompanhou por tanto tempo? Quem ainda finge que a eleição presidencial de 2018 não foi um marco histórico de caráter social irreversível, que obriga a todos os ocupantes de cargos eletivos a repensarem suas vidas?

Não foi somente um leve despertar, meus amigos leitores, foi uma mudança crucial de comportamento. E ela é contínua, pois mais e mais pessoas, no País afora, começam a perceber a importância de sua participação na política. Começam a ver os resultados positivos e rápidos quando um gestor público cumpre corretamente o seu dever. Começam a ver as suas vidas mudarem para melhor quando seus filhos que iam à escola, a pé, na lama, na poeira, vão agora em um ônibus novinho; quando passavam meses de seca, na luta contra os cartéis de carros-pipas, e agora veem a mobilização do Governo Federal em busca de soluções diferentes e criativas para esse problema; e tantas outras coisas mais.

Devemos pensar também em outro ponto importante: se, antes, há anos, há décadas, nós tivéssemos tomado esta postura que estamos aprendendo agora de enfrentar os parlamentares, de vigiar os Poderes, de cobrar com firmeza os agentes políticos, teríamos evitado muita barbaridade, muitos crimes, muitas leis absurdas, que nos faziam indignados, mas, ao mesmo tempo, não nos provocavam a ira necessária. Extraíam de nós reclamações, e nada mais.

Hoje somos um novo povo brasileiro. Somos mais fortes, mais conscientes, mais maduros. Para citar apenas um exemplo desse “antes e depois”, um amigo do Twitter, argentino, postou o vídeo do vereador Arthur do Val, em que ele “enfrenta com valentia” os esquerdistas. Eu respondi a ele que não tivesse esse vídeo em muita conta, porque essa bravura mostrada naquela cena era uma farsa. Ele logo me perguntou por quê. E ainda me disse que na Argentina esse vídeo fez sucesso e coisa e tal. Eu lhe disse, com outras palavras, mas com este sentido: falar mal de esquerdistas, criminosos, é fácil demais, qualquer um faz, mas não é mais o suficiente para nós. Falsos combatentes de esquerdistas, esquerdistas assumidos, isentões, nenhum deles têm vez. Não queremos ser enganados por ninguém mais. A verdade deve prevalecer.

Tudo escrito até aqui pode ser facilmente comprovado por quem quer que seja. Muitos fofoqueiros da mídia, politiqueiros, desonestos em geral vão continuar tentando convencer a todos que não. Que não houve despertar, que somos gado, que não temos coragem para nada além de bravatas nas redes sociais, que somos tias do zap, que somos ultrapassados, que isso, que aquilo. Mas, no próximo dia 15 de março, eu tenho muita fé que mostraremos a esses canalhas com quantos milhões de brasileiros se demonstra uma indignação justa.

Até lá, meus amigos!

Gogol, para Vida Destra, 21/02/2.020.

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