Caro leitor: Desde a implantação das vias para bicicletas em grandes, médias e pequenas cidades, venho observando quais são os principais usuários das chamadas ciclofaixas. Não somente os usuários, mas também o poder aquisitivo destes cidadãos.
Esta política iniciada por governos progressistas sempre usou de alguns lemas para que as ciclofaixas tivessem um apoio maciço, como: universalidade do transporte, trânsito mais democrático, práticas sustentáveis etc.
Quem ousasse criticar sempre era visto como retrógrado e poluidor; inimigo do planeta.
Pura babaquice. Explico. Hoje, ao andar pela região das Avenidas Faria Lima e República do Líbano, esta última na área do Parque do Ibirapuera, verifiquei ônibus sendo espremidos e espremendo carros, enquanto via bicicletas de cinco, dez, vinte, sessenta e até mesmo de 180 mil reais desfilando por estas vias. Sim, caro leitor, existem bicicletas que beiram os 200 mil reais. Para adquiri-las, é necessário ter bala na agulha!!
E os trabalhadores, gente mais simples que usa diariamente o transporte público como ônibus, metrô e trem? Estão confortáveis em veículos velhos, sem manutenção eficiente, sem ar condicionado, sem espaço suficiente?
Ora, quanta hipocrisia que vemos todos os dias, não somente nestas duas avenidas que citei, mas por todas as grandes avenidas da cidade de São Paulo e pelo restante do país.
Ao lado destas ciclofaixas, pessoas espremidas umas às outras, gente que precisa trabalhar para sobreviver, mas que foi esquecida pelo poder público.
Aliás, o que faz o Ministério Público que não cobra prefeitos e governadores de Estado sobre o que deixa de ser aplicado nesta área de transporte público? Pergunto-me diversas vezes se os promotores que estão no MP também não têm estas bicicletas de valores astronômicos?
Será este o motivo de não vermos, lermos ou ouvirmos notícias a respeito deste assunto?
Volto a esclarecer, antes que eu comece a tomar pedradas, que não sou contra as ciclofaixas, mas devemos promover, antes de mais nada, conforto a quem precisa de transporte público de qualidade, e isto o paulistano não tem, o brasileiro não tem.
É nítido. Não dá para esconder milhões de pessoas embaixo do tapete.
Atualmente, 5,5 milhões de pessoas usam trens, metrôs e ônibus na cidade de São Paulo.
Não tenham vergonha de admitir que os olhos e sua percepção foram enganados mais uma vez por militantes que vendem a “democratização” dos transportes públicos como solução para nosso trânsito caótico, mas que, na verdade, estão tratando trabalhadores como gado.
Falsos progressistas, pois, quem é a favor do progresso, não pode esquecer de milhões de pessoas que necessitam de transporte público.
Gente hipócrita e egoísta, que vive em apartamentos luxuosos, com tempo de sobra para dar um “rolê”, como gostam de dizer os guardiões da “postura ética”.
E quando se fala em criar regras para o convívio entre bicicletas, carros, ônibus e pedestres, esta gente se posta de maneira reativa, agressiva e, ao mesmo tempo, se vendem como vítimas.
Eu e minha esposa já fomos atropelados por uma bicicleta que estava na contramão do trânsito. E pasmem; nas duas vezes que isto aconteceu, o ciclista estava na contramão da via e com o sinal de trânsito fechado para ele, ou seja, nós podíamos, sim, atravessar na faixa de pedestre tranquilamente. Mas não estamos tranquilos e não temos a proteção da Prefeitura, nem do Estado, nem do MP.
Não havia uma identificação sequer na bicicleta e muito menos da pessoa que nos atropelou.
O resultado desta ópera bufa, que pode resultar em morte, é que estas pessoas estão imunes aos crimes que podem ser cometidos pela falta de regras e leis para os usuários.
Saiba você, caro leitor, que concorre com culpa exclusiva o condutor de bicicleta que não respeita a prioridade de passagem de pedestre, ocasionando assim um atropelamento.
A responsabilidade se estende aos pais pelos atos dos filhos menores sob sua autoridade. É fixada assim, de forma adequada, indenização por danos físicos e morais e, no caso de óbito, responderá por homicídio culposo, podendo o ato ser considerado como doloso, dependendo do caso.
A Câmara dos Vereadores, a Assembleia Legislativa e o Governo Estadual não são sequer cutucados pelo MP. É omissão atrás de omissão. Acidentes graves e óbitos estão acontecendo. Não é novidade para estes agentes públicos citados.
Mas repare no custo de implantação destas vias que estão provocando acidentes leves, graves e, muitas vezes, óbitos.
Atualmente, existem 503 km de ciclovias na cidade de São Paulo, e o valor investido foi de cerca de 405 milhões de reais.
Façam a soma de quanto está sendo gasto para que playboys e pessoas endinheiradas desfilem seus sonhos de consumo e digam, com a boca cheia de empáfia, que eles colaboram para um trânsito mais democrático e consciente.
A quantia investida sem a atenção dos Tribunais de Contas e dos MPs já chega a bilhões de reais em todo o Brasil. A inversão de valores é um tapa na cara de quem depende dos modais existentes.
Mas, para o bem da “BOLHA”, o básico vai sendo esquecido.
Veja, caro leitor, que tudo o que significa de fato progresso gera crítica e antipatia. Chegamos ao absurdo de lermos um tuíte de Gleise Hoffman, deputada federal e presidente de partido, dizendo ser um absurdo a inauguração de uma nova ponte entre Rondônia e Acre.
Quantos anos as populações destes dois estados tiveram que esperar para ter uma ponte que as conectasse?
E ainda temos que ler e ouvir um absurdo deste?
A ponte da qual estou falando, se não sabem, é a ponte de Abunã.
O Acre, também para quem não sabe, era separado do país por um rio nesta região, e somente após a construção desta ponte, integrou-se ao restante do nosso território.
Como alguém que se diz a favor do povo pode cometer um sincericídio que somente demonstra como é que agem os políticos do Partido dos Trabalhadores?
Cobrem cada vez mais das autoridades que citei o regramento destas ciclofaixas, e o principal: cobrem as melhorias tão necessárias para milhões de pessoas que usam o transporte público.
Paulo Costa, para Vida Destra, 22/04/2022. Vamos debater o meu artigo! Sigam me no Twitter: @PauloCostaOfic2
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