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O PERIGO DA CONSCIENTIZAÇÃO VIRTUAL PARA O CONSERVADORISMO

 Qual a diferença entre conscientização e engajamento político? E o que isso tem a ver com o futuro do conservadorismo no Brasil?

A você que se identifica como conservador, peço sua atenção para uma breve reflexão, com críticas pontuais, sobre o perigo da conscientização política virtual pela qual estamos passando.

Com a expressão “perigo da conscientização política virtual” não tenho a pretensão de menosprezar a militância virtual; ela tem o seu lugar nessa guerra assimétrica, e isso eu reconheço. Só quero pontuar que conscientização e militância virtual são diferentes de engajamento político real. Isso deve ficar claro.

E quanto mais cedo identificarmos esse problema, melhor será para a sobrevivência e o sucesso do conservadorismo no Brasil.

É inegável que as eleições de 2018 elevaram a mentalidade política do brasileiro a outro patamar. A possibilidade de termos, pela primeira vez na História do país, um presidente conservador fez com que houvesse o aguçamento de uma celeuma que já se arrastava desde 2013.

Junta-se a isso a ascensão das novas tecnologias que criaram novas formas de comunicação. As redes sociais potencializaram a conscientização e as discussões políticas a um nível jamais visto.

Entretanto, vejo dois problemas com essa nova postura política tupiniquim: o primeiro deles é que essa conscientização aflorada ainda é difusa, sem direcionamento e confusa, portanto, com o mesmo ímpeto que começou, pode desaparecer; a segunda tem a ver com a sua inércia: ela precisa ser lapidada pois ainda opera em um nível básico, teórico e pouco eficaz. Hoje há inúmeros “conscientizados” virtuais que acreditam que subir uma hashtag é fazer militância política. Não estão muito longe daqueles esquerdistas que acreditam que plantando uma árvore e postando no Facebook irão mudar o rumo do planeta. Conscientização por si só não basta.

Os conservadores precisam desvencilhar-se dessa armadilha. Se nós quisermos tomar o poder político no sentido simbólico é necessário ir além das redes sociais. Precisamos sair da bolha virtual e, para utilizar um linguajar da própria esquerda, criar quadros, ocupar espaços e fazer o enfrentamento cultural. 

Olavo de Carvalho está corretíssimo quando diz que queimamos etapas na corrida pelo poder político.  Elegemos um presidente sem base alguma!

É hora de revermos essas etapas. Não podemos restringir a nossa militância apenas às redes sociais em direção à política estrutural, precisamos buscar outros níveis do labor político.

Também se faz necessário iniciarmos um processo de depuração em nossas fileiras dos paraquedistas e aproveitadores de plantão para implementarmos posterior engajamento político com a criação de bases de formação política e cultural nas comunidades.

Dentre os elementos que compõem essa base deve haver conhecimento teórico dos pensadores da direita; cursos sobre militância política; curso sobre lideranças; pesquisas da conjuntura política nacional e local devem ser debatidas, e futuros políticos forjados para os próximos pleitos eleitorais.

Eu colocaria esse processo no seguinte esquema: já formamos uma conscientização política conservadora; o próximo passo nessa escalada é o conservadorismo organizar-se, depois expor e expurgar a falsa direita dentre suas fileiras. Concomitantemente, é necessário definir uma identidade e só então trabalhar o engajamento político, caso contrário, ficaremos dando murro em ponta de faca. É isso ou ficar eternamente em nossa bolha virtual subindo infinitamente hashtag que tem tanta eficácia no mundo real quanto lutar pelas girafas da Amazônia.

 

Conservadores de todo o Brasil, uni-vos!

Paulo Cristiano da Silva, para Vida Destra, 29/10/2020
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5 COMMENTS

  1. A Filosofia cristã nos indica o caminho a seguir, ame o outro como a ti mesmo, portanto dizer que é conservador sem praticar os princípios do conservadorismo é nadar sem avançar. O ser humano é gregário por natureza e assim o agrupamento de conservadores se faz necessário para ocupar espaços, disseminar, marcar territórios para sustentar a filosofia, caso contrário ficaremos na teoria.

  2. Nesta # entre conscientização |engajamento político feita por @pacrisoficial,temo q a 1a. sofre censura p/novas tecnologias,como implantada por Dorsey-pres. Twitter.Já a militância também temos q excluir dos nossos quadro vozes q só prestam p/por caraminholas nas cabeças de conservadores,excluindo verdadeiros pensadores de direita

  3. Excelente artigo, sobre um tema importantíssimo!
    Ouso dizer que muitos ainda não passaram pela verdadeira conscientização, pois esta leva ao engajamento, às atitudes!
    Temos presenciado uma conscientização direcionada, que não visa a libertação da pessoa, e o conhecimento da verdade, mas sim, visa levá-la a crer numa narrativa construída, seja com fins políticos, ou não!
    O caminho a percorrer será longo!
    A propósito, parabéns pela apropriação e adaptação da frase esquerdista!

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É natural de São José do Rio Preto, casado, servidor público com formação em Ciências Sociais e pós-graduado em Ciências da Religião e Teologia.