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A CORAGEM DE OSWALDO CRUZ

Para ser Ministro no governo de Bolsonaro, é preciso coragem. Não a coragem de questioná-lo, de demitir-se numa eventual discordância mais séria ou – e principalmente – correr para a imprensa oposicionista expondo-se e ao governo quando, por alguma razão pessoal ou técnica, as coisas não caminharem como se imaginava.

Falo de outra coragem. Explico:

Vimos dois Ministros da Saúde saírem do governo exatamente durante uma pandemia quando seria preciso uma demonstração de coragem, união e força no combate a uma crise com elevadíssimo potencial de desdobrar-se em outras, ainda piores.

Ao que tudo indica, ambos deixaram o cargo por discordarem do Presidente em relação à adoção de um medicamento – a HCQ ou Hidoxicloroquina – como parte do protocolo de combate à pandemia do COVID-19 e, também, em relação à adoção daquilo que foi denominado “quarentena vertical”, em contraposição à “horizontal”.

Em relação à quarentena, é evidente que o Presidente estava e está certo. O país não pode parar e a crise econômica que já se vislumbra, decorrente dos desatinos daqueles que imaginam ser possível manter a população em suas casas, numa interminável quarentena forçada, poderá piorar o quadro da pandemia, agravando-o com desabastecimento de gêneros e bens, desemprego, carestia e fome.

Não há como não ver que a pandemia está sendo usada por opositores como ferramenta política para desestabilizar o governo, mesmo que isso custe a vida de milhares de pessoas. É óbvio que o Presidente está absolutamente certo ao preconizar a “quarentena vertical” que tanto deve ser voluntária, quanto seguir protocolos de higiene e prevenção, tais como o uso de máscaras, álcool gel e distanciamento físico.

Muitos países que adotaram a “quarentena horizontal” estão flexibilizando tal decisão, pois isso tem se evidenciado ineficaz no controle da pandemia e criado dificuldades econômicas graves. Em outras palavras: Bolsonaro tinha e tem razão desde o princípio, e o tempo está demonstrando isso.

Quanto ao Hidroxicloroquina, é preciso entender que, apesar de existente há várias décadas e fartamente usado no combate à malária, artrite e doenças auto-imunes como o lúpus, é um medicamento que ainda não foi suficientemente testado no combate ao COVID-19. Além disso, para algumas pessoas, há efeitos colaterais significativos, apesar de ser considerado seguro nas doses de bula.

Portanto, quando se pede a médicos que estejam respondendo pela pasta da Saúde que incluam tal medicamento no protocolo de combate ao vírus, é natural que estes hesitem e até discordem. Afinal, como técnicos da saúde, não se sentem inclinados a indicar algo que não tenha sido exaustivamente comprovado como eficaz. É o caso do HCQ em relação ao COVID-19.

Não se pode dizer que o HCQ seja a cura para o vírus, mas é acessível e o que se tem no momento e que – se usado no tempo certo – tem se mostrado eficaz em várias situações. Escrevi uma nota sobre isso que transcrevo a seguir:

“Hidroxicloroquina, já!
Na Itália, começaram a usar a Hidroxicloroquina (HCQ) preventivamente já nos primeiros sintomas, de maneira que, havendo contágio e antes da evolução do vírus, o corpo já tem massa crítica de medicamento e isso dificultaria a progressão do vírus.
Consultei gente da área da saúde (médicos) que disseram que faz sentido, pois a ação da HCQ de fato pode dificultar a multiplicação viral. Só que, para isso, é preciso ser tomado cedo, logo nos primeiros sintomas.
O erro (repetido em vários países), segundo alguns, é ministrar a HCQ só em casos graves. Daí, dizem eles, a eficiência é baixa ou nula, pois a carga viral no organismo está elevada e reduzir sua multiplicação não faz tanto sentido.
O importante é bloquear a reprodução do vírus. E quanto antes se fizer isso, melhor. A HCQ consegue isso. Só que não resolve depois, quando a carga viral for elevada. Paralelamente, se deve tomar AAS (é anti-coagulante) que afina o sangue e evita ou reduz a formação das tromboses.
Se adotado esse procedimento (cada vez mais médicos estão indicando isso), a pandemia será, realmente, uma gripezinha.
Laerte A. Ferraz, para Vida Destra – 15/05/2020.”

Eis aí o problema em relação ao HCQ: afora os possíveis, mas não obrigatórios efeitos colaterais e a inexistência de exaustivos testes comprobatórios de eficácia, o medicamento vinha sendo adotado como terapia, associado à Azitromicina (um poderoso antibiótico) e suplementação de Zinco, há algum tempo. Só que vinham fazendo isso apenas nos casos graves e, com isso, não se percebia melhora significativa. Porém, o que Bolsonaro tem dito é que o HCQ deve ser ministrado logo no início, desde os primeiros sintomas de contágio. Mais uma vez, tudo indica que ele tem razão.

Ainda assim, alegando questões de convicção e responsabilidade, os médicos que responderam pelo Ministério da Saúde se recusaram a sair da ortodoxia científica vigente para adotar como protocolo um tratamento baseado em racionalização e empirismo. Se fizessem isso, poderiam estar sujeitos a critica de seus pares da área médica e colocando em risco seus currículos, coisas impensáveis para eles. Seria preciso uma coragem que não tiveram; seria preciso a coragem de um Oswaldo Cruz, o médico sanitarista e bacteriologista do início do Séc. XX que combateu com sucesso no Brasil a febre amarela, a peste bubônica e a varíola e cujos maiores adversários foram tanto os apegados à ortodoxia científica da época, quando a desfavorável opinião pública. Essa coragem, entretanto, Bolsonaro tem, pois sabe que se não oferecer rapidamente um paliativo para a pandemia que se instalou, não apenas a saúde da população ficará desamparada, como terá que enfrentar gravíssima crise econômica, coisa que, aliás, é o que mais desejam seus opositores.

Caros leitores, como tenho dito, não sou médico e nem tenho formação na área das ciências exatas ou biológicas. Mas me considero capaz de pensar. E meu pensamento, neste tempo de pandemia, me conduz à inevitável conclusão que a missão que nosso Presidente assumiu é muito mais árdua do que poderíamos imaginar. Não é fácil defender Bolsonaro nessa questão do HCQ, pois não creio que ele acerte o tempo todo. Tampouco concordo com tudo que ele faz e diz, mas é inegável que tem acertado muito mais que errado e que tem uma coragem indiscutível, inclusive para trocar aqueles que não tenham essa virtude e que pensem mais na própria imagem que no país. Bolsonaro merece nossa confiança.

Laerte A Ferraz, para Vida Destra 16/05/2020
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8 COMMENTS

  1. Amigo Laerte, sempre haverá dúvidas em várias questões que envolvem decisões que mexem com as vidas de milhões de pessoas. Para tomarmos nossas próprias decisões, que envolvem apenas nós mesmos, já não é nada fácil, às vezes erramos, às vezes acertamos, às vezes aprendemos com os erros, outras vezes, não. Continuo fechado com o Bolsonaro, justamente, por ser ele o único presidente, a que tenho notícia, que tenta acertar e fazer o melhor para todos os brasileiros. Às vezes erra, às vezes acerta, aprende com os erros, volta atrás, repensa, ouve os seus assessores e ministros; e, principalmente, ouve o povo.

  2. Se for esperar estudos definitivos para uso do HCQ par o Covid-19, morrerá um número imenso de pessoas. O que se tem é esse medicamento. E está funcionando. Vários paízes estão adotando e aqui, por interesses estranhos, não querem adotar o medicamento. O que também é estranho foi o sumiço das farmácias desse medicamento que muitas pessoas precisam utilizá-lo para outras enfermidades e não podem adquiri-lo.
    O uso do HCQ tem que ser liberado pelo MS. Isso salvará muitas vidas.

  3. Digno Irmão Laerte, palavras sábias, verdadeiras, conscientes, sem ofender ninguém, nem citar nomes – atitudes de um Cavalheiro – Após esta mensagem, muitos opositores estarão consigo por palavras verdadeiras neste momento de pandemia – Tudo é correto – Nada para ser discutido. E com muita humildade e respeito pelo próximo.

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Advogado, jornalista e publicitário. Escritor, articulista, palestrante e consultor empresarial em Marketing e Comunicação