O debate em torno da palavra ‘democracia’ é tão antigo quanto a própria origem da palavra. A democracia esta intimamente ligada à liberdade de um povo para exercê-la. Um regime político democrático jamais poderá advir de um sistema jurídico onde as liberdades individuais não são respeitadas. É justamente a partir das liberdades individuais, da liberdade de expressão e opinião que o exercício democrático é plenamente efetivado em qualquer território nacional.
Nas últimas semanas temos visto crescer o debate acerca da égide dos movimentos populares de apoio ao governo federal e contra arbitrariedades de governos estaduais e administrações municipais, bem como contra arbitrariedades jurídicas, que podem partir das mais variadas esferas do Poder Judiciário.
Nos tradicionais veículos de comunicação, tais manifestações são classificadas de forma taxativa como antidemocráticas. Mas como uma manifestação popular e, portanto, democrática, pode ser classificada como antidemocrática? A democracia não é justamente o exercício do poder pelo povo? Pois as manifestações fazem parte de tal exercício e estão amparadas pela Constituição Federal. Todavia, a imprensa anseia pelo monopólio da decisão sobre o que é ou não democrático.
Na democracia deles, a opinião do povo apenas ganha a alcunha democrática, caso cumpra com os pré-requisitos que determinam os artífices que detém o poder. Através de seus tentáculos muito bem articulados, o sistema domina vários setores da sociedade, sindicatos, ambiente jurídico, debate acadêmico, imprensa, Poder Legislativo, restando ao povo que clama por liberdade apenas o Poder Executivo, na figura do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e é justamente por esta razão que toda e qualquer defesa das atitudes do governo federal, são caracterizadas como “atentados à democracia” ou “violência à liberdade de imprensa”. Ora, como haverá liberdade de imprensa se a imprensa livre, crítica e com apoio orgânico, sofre diuturnamente com a censura da imprensa tradicional que tanto clama por esta liberdade?
Tantas contradições e paradoxos devem guiar o leitor a uma reflexão interna muito importante. O que é que você acredita realmente e o que é que a imprensa em massa o fez acreditar? Podemos confiar em pessoas que com discursos belíssimos de liberdade e democracia, agem como déspotas quando percebem seu império de poder ameaçado? Qual é o limite da hipocrisia? Há algum limite tolerante a comportamento tão nocivo?
O mais novo capítulo da perseguição aos conservadores e aos apoiadores do governo aconteceu na manhã de hoje, 27 de maio de 2020, através de ação coordenada da Polícia Federal, sob o comando do STF, dentro de um inquérito absolutamente kafkiano que visa coibir supostas Fake News. Diversos cidadãos de bem, cumpridores de seus deveres civis e militares, sem nenhuma dívida com a sociedade, tiveram seus lares e privacidade violados e seus pertences confiscados. É uma tentativa latente de amedrontar a população de forma geral e minar o apoio ao governo, através de do medo incutido de tornar-se alvo de operações como esta. Todavia, a cada ataque praticado contra a legítima iniciativa popular pró-Bolsonaro, fica mais evidente a hipocrisia daqueles que ora clamam por liberdade, ora comemoram a censura.
Que este capítulo triste da história do Brasil possa trazer uma reflexão ao militante, seja ele de direita ou esquerda, seja ele eleitor de Bolsonaro, Lula, Alckmin, Ciro, Amoedo ou qualquer outro. Se a vítima é um eleitor de Bolsonaro hoje, amanhã poderá ser algum eleitor de qualquer outro candidato, basta que este não cumpra com a cartilha do sistema e da grande imprensa brasileira e mundial. Não deve haver tolerância com a censura, a liberdade de expressão deve ser resguardada sempre.
Para os que foram lesados com absurdas irregularidades jurídicas e injustiças condenáveis em democracias mais avançadas que a nossa, resta o caminho longo da judicialização através da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Buscar justiça é uma tarefa árdua e infinita enquanto durar a vida do ser humano e, portanto, deve ser encarada com coragem e dedicação por todos que acreditam na verdade, sonham e lutam por um país melhor e muito mais justo para todos. A luta é incessante e cada revés deve ser encarado sempre como impulso e jamais como freio, seja para aqueles que estão sendo alvo das injustiças seja para quem teme um dia ser.
Aquele que muito teme, será escravo de seu medo para sempre.
Lucas Jeha, para Vida Destra, 28/5/2020.
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Muito bom !!!
Excelente artigo. Não é fácil vivermos sob o julgo desses imorais.