Segundo o espiritismo, a “melhora da morte” é a melhora da saúde nos momentos que antecedem a morte.

E isso acontece pois o espírito ainda se encontra preso ao moribundo devido às forças magnéticas emanadas pelos entes queridos que rezam pela recuperação do doente. A “melhora da morte” se dá para acalmar estes entes queridos, que ao verificarem esta melhora se aquietam e deixam o doente livre de ansiedades, para então poderem descansar com seus espíritos mais confortados. É nesta hora de tranquilidade o perispírito (que é o corpo espiritual), consegue se livrar dessas amarras e se desprende do corpo.

Esta analogia acredito poder ser feita com a saída de Lula da cadeia. Num comentário muito feliz do Jornalista Augusto Nunes alguns dias atrás, ele dizia que o PT estava “morto”. Ele discorria que após dez anos decorridos de todos os escândalos que atingiram o partido e seus principais personagens, sendo o maior o ex-presidente Lula, o partido ao longo deste tempo perdeu musculatura e não houve renovação.

O Lula preso era o único elo que ainda mantinha esta unidade dos tantos que sobraram, fanáticos ou desesperados, ou fanáticos e desesperados. Com a saída dele da prisão, isso ficou muito mais evidente. Aos que rezavam que o “moribundo” ao se livrar da “doença”, ou seja, da cadeia, ressurgiria das cinzas como uma fênix, mas isso não aconteceu.

Ele não consegue mais arrastar as multidões que antes o seguiam. Seu discurso de vítima, caiu no vazio, sua farsa de preso político virou pó e ficou patente que se trata de um mero político preso. Os ataques ao atual governo e a justiça não encontram coro na sociedade. Nem mesmo a esquerda o vê mais como o “salvador da pátria”, e sua radicalização aprofundada nessa breve saída da cadeia o tornou um estorvo até para quem imaginava que poderia contar com ele para uma “ressurreição” da esquerda. Porque a ela deve voltar, sendo definitivamente “sepultado” do mundo político em uma longa (mas justa) pena. Melhor já ir se acostumando.

A breve saída do Lula da cadeia talvez seja, então, a “melhora da morte” para ele, pois lá, preso, as “orações” diárias de seus seguidores (supondo que o fizessem) acampados em frente a PF mantinham seu “perispírito” preso a um corpo moribundo. Essa saída trará mais tranquilidade a seus seguidores, confortados e felizes com a efêmera aparição do velho ídolo.

Finalmente, a “morte” política de um sindicalista já velho e sem forças de coesão poderá acontecer em paz, para todos. Inclusive para ele.

Robson Leite – Consultor Empresarial, Escritor – para Vidadestra, 21/11/2019.