O mês das promessas, janeiro, chega ao fim.
O que você começou e não terminou? O que ficou na vontade? Já se fez essa pergunta ou continua arranjando desculpas descabidas pra amenizar o comodismo de seu ego?
Cá estou, fazendo essa reflexão.
Quando eu era criança, não entendia muito bem essas justificativas:
“Tempo é dinheiro”, “Você tem tempo de sobra”.
“Não deu tempo”. “Um dia eu”…
Sempre pensei sobre esses ditados criados para ser usados como desculpas pra fazer ou não alguma coisa.
Por falar em tempo, penso no relógio que pode parecer sugestivo, mas é algo que me encanta desde criança. Não pela utilidade mas, pelo formato, a cor, o cheiro. Ele é imponete afinal, ‘controla’ tudo em no Universo, inclusive em nossa vida. O tempo? Já o amei e ja o odiei!
Lembro-me de uma das casas onde morei…
Numa das muitas salas, havia um relógio enorme.
O cheiro da madeira que, naquela época, parecia de velharia, não daquelas de se jogar fora mas, sim, apreciá-lo como um monumento, dava asas à minha imaginação.
Gostava de me sentar e observar o pêndulo balançando como mágica, sozinho…pra lá e pra cá…tic, tac…era inexplicável a sensação. Quanta perfeição e sincronia.
Noutra sala, colocaram um que ficava suspenso na parede. Parecia um grande caixão pendurado porém, o fascínio estava em ver o cuco cantar a cada hora.
O mais perfeito maquinário, engrenagens pontuais, afinal, este é o dever de um relógio apelido de tempo.
Eu cresci. Meu amor por relógios continua, apesar de não ver mais esses modelos dignos de museus.
Uma coisa mudou…compreendi o quanto pode ser bom passar o tempo fazendo nada. Ou até estar com com se ama querendo que dure para sempre.
A verdade é que nada e forte o bastante pra enfrentar o tempo.
As marcas de expressão na face, o alvejar das madeixas, as responsabilidades, as contas a pagar, os estudos, as decisões, a vida e a morte…Tudo é controlado pelo tempo.
Este grande inimigo quando aquele doce favorito
acaba. Quando é hora de se despedir de alguém que não veremos mais. Quando chegamos tarde demais. Quando realizamos sonhos que logo perdem a graça.
O tempo é o começo e o fim.
Pode ser o agora também…esquece…o hoje durou apenas um suspiro.
O que resta, então, é o passado e o futuro. O passado é história, o futuro é o que você deseja agora, mas virou passado também!
“Quando der, farei aquela viagem.” “Talvez iremos ao parque.” “Um dia, passarei mais tempo com minha família.”
Fazer promessas não muda sua história, cumprí-las e viver as oportunidades, sim.
Mas, cuidado! Quando o passado se torna determinante sobre sua vida, tudo perde o sentido. Primeiro, você não poderá voltar e mudar o que fez. Segundo, carregará consigo a amargura de “deixar pra depois”, um momento que deveria ter aproveitado.
Amadurecemos à medida que esse tempo chamado agora, passa. Às vezes acertamos, outras tantas cometemos erros grotescos.
Lidar com o tempo não é fácil, exige constante auto-avaliação de quais são os objetivos e o que queremos ter na caixinha de histórias, nossa memória.
Observe, por um instante…
O dia pode estar apenas começando…
Você deu um abraço em quem faz parte da sua vida? Se não fez isso, mande uma mensagem, ligue!
Foi capaz de perceber o quanto se sentiu bem ao ceder seu lugar no transporte ou no trânsito? Observou e foi agradecido por mais um dia de presente?
São muitas as propostas oferecidas pelo tempo e devemos estar atentos às decisões tomadas pra nós através dele.
Não, não…o tempo ainda não acabou. Você pode rever a história até aqui e pode mudá-la agora.
Espero que sua história seja tão pontual quanto o pêndulo do relógio, ou o cuco cantando, que tudo esteja em perfeita harmonia no espaço de tempo chamado vida!
Só não vale desistir!😉