Vida Destra

Informação é Poder!

Economia

Apresento-lhes a Lei da Oferta e da Procura!

 

A melhor definição de Economia foi dada por Paul Samuelson:

“A Economia é o estudo de como as pessoas decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens variados e para os distribuir para consumo, agora ou no futuro, entre as várias pessoas ou grupos da sociedade”.

Esses recursos, justamente por serem escassos, devem ter um preço. Como produzir, o quê produzir e para quem produzir são as indagações básicas da Economia, comuns a todas as ideias e teorias, desde Marx até Friedman. Premissas comuns, ainda, é que não há recursos para tudo nem para todos, o valor (e o preço) dos bens e serviços decorre justamente dessa escassez. Outra premissa comum é que sempre é preciso crescer e desenvolver a Economia, aumentando a quantidade de bens e serviços em circulação.

Em vários sentidos, como sendo uma ciência humana, a Economia sofre influências e influencia vários outras ciências humanas, como Direito, Política, Psicologia, Sociologia, Antropologia Cultural, etc. O campo de discussões é vastíssimo, mas apaixonante para qualquer estudioso, de quaisquer dessas áreas.

Mas neste artigo, vou tentar restringir o máximo possível às conclusões e teorias mais práticas em Economia.

Outro economista que considero interessante é Alfred Marshall. Seu livro (“Princípios de Economia”) é peça fundamental para o entendimento do tema. E o chamado Trinômio de Marshall é o norte deste artigo, ou seja, as relações que se estabelecem entre três condições da Economia: pobreza, riqueza e bem-estar. Podemos simplificar, é claro, estabelecendo que o bem-estar vem de uma situação de riqueza, mesmo que esta seja relativa – os PIBs de cada país são diferentes, de acordo com o tanto de produção de bens e serviços que esses países conseguem e distribuem.

O ponto mais interessante das teorias de Marshall, que é a base para o entendimento da Economia, é o gráfico que relaciona Preços e Quantidades de Mercadorias (os bens e serviços que mencionei), que é conhecido como “Cruz de Marshall”. Vamos ver como ela é construída.

Em um mercado, um consumidor se depara com um grande número de produtos/serviços que pode adquirir, de acordo com seu orçamento. Suas decisões de compra são influenciadas principalmente pelo preço, isto é, sua percepção do que é caro ou barato. Por experiência própria, todos sabemos que se uma mercadoria é cara, ela tem poucos compradores. É a situação de P¹, que corresponde no gráfico a Q¹: para um preço alto, há poucos compradores. Deslizando ao longo da linha da demanda (D, demanda=procura), a situação se inverte em P² e Q²: para um preço baixo, a quantidade de pessoas que está disposta a comprar aumenta bastante!

Mercado significa simplesmente um ambiente, imaginário ou real, em que interagem compradores e vendedores. Vimos como se comportam os compradores. E os vendedores?

Os produtores e prestadores de serviços, os que vendem (empresas), têm o comportamento indicado no gráfico da oferta. Ele significa que quanto mais alto o preço de uma mercadoria, mais lucro podem obter. A razão de ser de uma empresa é obter lucro. Quanto maior essa possibilidade de lucro, mais empresas vão surgir para produzir essa mercadoria. Ou seja, quanto maior o preço de uma mercadoria, mais empresas haverá dispostas a produzir essa mercadoria. No gráfico acima, a um preço P¹, haverá uma quantidade Q¹ de empresas dispostas a produzir. Ao preço P², mais alto, haverá uma quantidade maior, Q², de empresas dispostas a produzir.

Sabendo então que o comportamento geral da demanda (ou procura) de uma mercadoria é inversamente proporcional ao preço, e que o comportamento geral das empresas é diretamente proporcional ao preço, como fica o preço no mercado?

Daí vem a Cruz de Marshall, que nada mais é do que a oferta e a demanda, no mesmo gráfico. No ponto de cruzamento das duas curvas, haverá uma situação de equilíbrio, que é uma “acomodação” do mercado, indicando um preço livre, isto é, aquele que se forma da interação entre a oferta e a demanda.

Esse gráfico é fundamental para entender como os preços se formam. A lei da oferta e da procura nunca foi repelida, de forma satisfatória, ao longo de toda história da teoria econômica.

Daí muitos devem estar pensando: mas o que isso importa na minha vida?

Bom, importa muito. Sabendo como é o comportamento das empresas, os consumidores, racionalmente, podem tomar decisões em conjunto, que afetam o mercado e os preços que se formam nele. Por exemplo:

  1. Se todo mundo correr para comprar uma mercadoria ao mesmo tempo, a curva vermelha acima se desloca para a direita do gráfico, ou seja, o preço dessa mercadoria deve subir! Portanto, decisões de compra sempre devem ser tomadas com parcimônia, com tempo e ponderação. Geralmente, quando se espera um pouco para comprar determinado produto ou serviço, após seu lançamento, o preço desse produto ou serviço deve baixar. Ou ainda: se um preço de uma mercadoria é demasiado alto, não a compre! A empresa terá que se ajustar a essa demanda retraída, baixando seus preços.
  2. Quando um mercado é absolutamente livre e as empresas podem entrar nele, a tendência é que entrem mesmo. Havendo mais empresas em dado mercado, a curva azul acima se desloca para a direita, isto é, o preço cai! Quanto mais empresas houver em um mercado, menores devem ser os preços, além de maior geração de empregos. Muita gente já se perguntou porque os preços gerais nos EUA, por exemplo, são bem menores que aqui. Sem levar em conta a questão tributária (que influencia muito!), só com base no gráfico acima, dá para explicar: lá existe um grande número de empresas oferecendo a mesma mercadoria, ao passo que aqui não. Por isso, os preços gerais de quaisquer produtos devem ser mais baixos lá!

Esse gráfico da oferta e procura presta-se ainda a muitas análises econômicas, que pretendo fazer em próximos artigos. Por isso, já deixo aqui a teoria pronta, para que sirva de referência. Mais ainda: considero fundamental que o brasileiro comece a se interessar pelo tema, comece a pesquisar isso na internet, e neste momento histórico de tanta informação disponível, usar essas informações para racionalizar seu comportamento de consumidor, obtend o máximo de satisfação nas suas compras!

Vamos começar a pensar Economia, de verdade! É fácil!

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