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As escolas deveriam ter seguranças armados?

A tragédia no município de Saudades, SC e o que devemos aprender para evitar que outras aconteçam

 

Malditos sejam aqueles que defendem que armas são instrumentos para a prática do mal. A maioria deles são políticos de partidos que desejam o controle da população de bem por meio do medo instituído pela bandidagem e por pessoas de má índole. Malditos sejam os políticos que defendem alguma dignidade a bandidos, criminosos, canalhas, de qualquer natureza, desde aqueles que roubam dinheiro público até os que cometem covardias como o ocorrido nesta terça, 04 de maio, na cidade de Saudades, SC. Que caiam perante a justiça divina aqueles que defendem bandidos ladrões de celulares, tentando nos convencer que são excluídos ou vítimas da sociedade. Que sejam exterminados da vida pública esses juízes garantistas que andam com seguranças armados até os dentes, pago com o dinheiro de nossos impostos.

Depois desse desabafo, gostaria de me solidarizar com as famílias das vítimas do assassino, que a imprensa insiste em chamar de “jovem de 18 anos”. Que Deus promova consolo aos corações das famílias das crianças e das professoras e demais funcionários.

Quero voltar ao tempo e relembrar, entre muitas tragédias, a de Realengo, RJ, em 7 de abril de 2011, quando um assassino, com desculpas de ter sofrido bullying na infância, resolveu procurar culpados pelos seus problemas e assassinar, a sangue frio, muitos inocentes que nem eram seus conhecidos ou tinham a mesma idade. O caso de Realengo reacendeu o assunto bullying na mídia e nas escolas, me lembro bem.

Sobre o acontecido em Saudades, o jornal Correio Braziliense informa que, segundo a polícia, populares disseram que o jovem sofria bullying, mas nunca tinha estudado na creche. Pois bem, este problema é delicado porque o fizeram ser assim. Nos anos 90 o bullying já começava a ser usado como pauta política, sobretudo para desenvolver a necessária fragilidade [1] nos jovens. Digo isso pois nunca vi e nem ouvi falar em uma política de enfrentamento ao bullying que levasse o indivíduo a aprender a enfrentar seus problemas de frente, sem essa de “coitadismo”. É claro, dirão os socioconstrutivistas e os psicólogos “behavioristas”, que essas situações podem causar prejuízos para o resto das vidas dos indivíduos e blá blá blá… Provavelmente o querido leitor pode ter passado por situações parecidas e nem por isso se tornou um chorão de canto de sala ou um assassino. Não quero ser mal interpretado, pois reconheço o mal estar causado pela prática. Quando era criança tive apelidos de tampinha, anãozinho e magrelo, mas posso afirmar que, como não haviam sabichões comportamentalistas nas literaturas pedagógicas, passei por isso com coragem de enfrentar e isso me tornou mais forte. Isso não é uma tentativa de justificar a prática; é uma constatação por experiência própria.

Enfim, o fato de um atirador ter entrado numa escola em Realengo, em 2011, e tirado a vida de 12 e ferido 22, usando como desculpa o bullying que sofrera na infância, me parece ser uma porta aberta para que outros jovens com inúmeros problemas sejam encorajados a fazer o mesmo depois de ver tanta repercussão do assunto “bullying” na mídia. Eles acabam se inspirando nessas histórias que dão a impressão que o assassino teve uma “vingança” realizada e depois, mesmo tendo tirado a própria vida, obteve os holofotes ou aquele minuto de fama.

O caso de Saudades é, talvez, o mais revoltante que se tem notícia em nosso país, por se tratar de um atentado à vida de crianças ainda tão pequenas e de professoras que morreram defendendo-as. Como ainda não há nada conclusivo sobre o crime, prefiro deixar que a justiça examine o caso, para depois fazer qualquer análise. Porém o caso levanta uma dúvida: Seria possível evitar ações como esta? Certamente que sim. Se os “especialistas” em educação no Brasil não fossem tão militantes de causas sequestradas pela esquerda, como o uso de seguranças armados em escolas ou o direito ao porte e posse de armas de fogo por cidadãos de bem, talvez o debate pudesse ganhar maior participação popular. Eu defendo, ferrenhamente, que escolas, de qualquer nível, tenham seguranças armados para defender as vidas que se encontram ali, aprisionadas, sem chance de defesa em casos como o de Saudades.

Mas o Brasil tem um histórico de dar aos assassinos um milhão de condições de ficarem livres, como se nada tivesse acontecido. Esperamos que o canalha em questão fique atrás das grades, até mesmo pela própria segurança dele, pois, certamente, se for entregue à população revoltada, não terá um bom destino. Cada vez que acontece uma situação como essa, eu fico apreensivo, pois exerço uma função de administração de rede pública de ensino e não consigo pensar em outra alternativa que não seja rever as políticas públicas de segurança escolar (que são quase inexistentes) para garantir que outros casos semelhantes não ocorram.

Essa será uma semana difícil de ser encerrada. Não há motivo de alegria que possa cobrir o luto pela morte das crianças e das professoras em Saudades. Só podemos pedir a Deus que minimize o sofrimento das famílias.

A Revista Vida Destra está de luto, assim como a Educação no Brasil. Que casos como esse não se repitam e que os criminosos sejam punidos com todo o rigor da lei.

[1]  Em texto publicado neste link, esclareço o motivo de a esquerda usar a fragilização da juventude como arma política.

 

 

Davidson Oliveira, para Vida Destra, 06/05/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Jacoby @LuizJacoby

 

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2 COMMENTS

  1. No extraordinário art. de @ProfessorDavi16 em q indaga se as escolas deveriam ter seguranças armados, lembro-o, embora sejam crianças na mais tenra idade, tbm ocorreu c/adolescentes em Suzano-SP. O que justifica a implantação de escolas cívico-militares desde as creches

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Professor de Educação básica-ensino fundamental, séries iniciais. Pós graduado em Orientação Escolar, Supervisão Escolar e Psicopedagogia pela Faculdade Castelo Branco-NUPOEX-Colatina-ES. Autor dos livros “Reflexões Sobre Educação e Controle Social”, “Professores do Acaso” e “ A Farsa Paulo Freire e a Decadência da Educação Brasileira”.