O Fórum Econômico Mundial é uma organização privada sem fins lucrativos, semelhante a uma associação aqui no Brasil. É financiada por 1.000 empresas-membro, que devem ser globais, internacionais, com receita de mais de US$ 5 bilhões, além de serem consideradas como formadores de tendência nas regiões em que atuam. Faz reuniões anuais, sempre no final de janeiro, em Davos, na Suíça, uma cidade turística para praticantes de esqui na neve. No século XIX, Davos era conhecida por suas clínicas médicas de alto nível, para tratamento de tuberculose, principalmente, e foi o cenário que inspirou Thomas Mann a escrever “A Montanha Mágica”, um clássico da literatura mundial. Neste ano de 2019, a reunião acontece entre 22 e 25 de janeiro.
Além das empresas, também se reúnem em Davos grandes personalidades da política internacional. Não discordo de Mário Sabino, ao dizer que Davos é “uma catarse do politicamente correto empresarial”. Efetivamente, preocupações como clima e saúde internacionais têm sido pauta de debates lá. Mas é inegável o valor de Davos como uma “vitrine de negócios”, onde se encontram países e investidores nesses países.
O Brasil precisa de investimentos externos. Fato. Atrás deles, foi Bolsonaro. A comitiva que destacou para acompanha-lo conta com, exatamente, 13 (treze) pessoas, das quais destacamos o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, além de Gustavo Bebianno Rocha, Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Dentre esses, também está Eduardo Bolsonaro, mas conforme publicado no Diário Oficial da União, sem ônus para o Erário, ou seja, ele está custeando a própria viagem!
Todos nós (seus eleitores) sabemos que Bolsonaro é um homem comedido, de hábitos espartanos. Está hospedado em um hotel de categoria média em Davos, em quarto comum, e sua diária custa US$ 300,00 (trezentos dólares), como todos os outros integrantes de sua comitiva.
Fazendo uma comparação com a comitiva de Dilma, esta levou 80 pessoas para Davos. Hospedou-se na suíte presidencial de um hotel de luxo, cuja diária custava US$ 10.000,00 (dez mil dólares, é isso aí!). Mencione-se ainda que Dilma carregou essas 80 pessoas, em janeiro de 2014, para “passear em Portugal”, hospedando-se em um hotel cuja diária custou R$ 26,2 mil. Essa viagem de Dilma a Lisboa foi bastante noticiada na época, porque não estava na agenda oficial. E para supremo desgosto de meus leitores, lembrem-se ainda que Dilma fez escala em Cuba, para a inauguração do Porto de Mariel, que foi financiado pelo BNDES (veja-se meu artigo sobre os caloteiros do BNDES!), ao custo de US$ 681.975.550,00 (vamos arredondar para US$ 682 milhões!), para os cofres públicos.
No mais, as imagens falam por si.
Veja-se Dilma sendo retirada de um carro, em Davos, carregada, em estado de aparente embriaguez. Uma vergonha.
Por outro lado, Bolsonaro, jantando em um bandejão popular, tranquilamente. Entendem, brasileiros, porque é tão necessário que sejamos leões, na luta contra as hienas?
Lembrem-se, por oportuno, que Bolsonaro ainda está com a bolsa de colostomia, o que, por certo, não deve ser nada agradável, em uma viagem tão longa.
Em seu primeiro discurso, em Davos, Bolsonaro usou apenas 15 minutos, dos 30 que tinha à disposição. Foi conciso, mas não ineficiente, como quis fazer crer a velha imprensa e a extrema-imprensa. Falou da implantação de uma economia de livre mercado, no Brasil, e que até o final de seu mandato, o país será um dos melhores destinos para investimento no mundo. Falou da defesa da família e dos direitos humanos. Deixou clara a mudança de rumos no Brasil, quanto às questões ideológicas. E que atuaria em sintonia com o resto do mundo, na questão de reduzir as emissões de carbono.
O discurso surtiu um efeito muito positivo na plateia. O jornal “El Pais”, da Espanha, noticiou que animou os executivos internacionais a aportarem recursos e investirem no Brasil.
Curiosamente, a versão em português do mesmo jornal para o Brasil traz uma mensagem inversa da manchete espanhola: que Bolsonaro “desanimou” os investidores. Bom, essa é a cara da velha imprensa, ainda querendo impedir que o Governo deslanche. Alguém cometeu uma falsidade.
Aliás, outro detalhe que me chamou a atenção nessa incongruência entre as manchetes: a menção a Robert Shiller. Não havia essa menção na manchete original, espanhola. Foi introduzida somente aqui no Brasil, talvez pela mesma pessoa que inverteu o sentido da manchete.
Em breve resumo, Robert Shiller realmente ganhou um Prêmio Nobel de Economia, mas dividido com outros dois economistas: Eugene Fama e Laras Peter Hansen. Na verdade, ele ganhou 1/3 de um Prêmio Nobel. Shiller pode ser descrito como o “economista do pessimismo”. Seu livro de maior destaque é “Exuberância Irracional”, em que analisa o comportamento do mercado financeiro. Shiller efetivamente apoia seus modelos e conclusões, na área de finanças comportamentais, na hipótese behaviorista, segundo a qual os agentes do mercado tomam decisões com base nas próprias experiências pessoais, e não na lógica. Ao longo de toda sua carreira, sempre se comportou como uma Cassandra, profetizando desgraças, bolhas e quebras dos mercados, é um keynesiano que desconsidera a política monetária e a atuação do Banco Central como causadores de problemas nos mercados livres. Às vezes acerta suas previsões, mas pela mesma razão que um relógio parado dá as horas certas em duas oportunidades ao dia. Por seu combate aos livres mercados, é muito citado pela esquerda. Portanto, Shiller falando que Bolsonaro “dá medo” não causa estranheza.
Entretanto, os cães ladram e a caravana passa.
Em sua segunda noite em Davos, Bolsonaro foi convidado para um jantar, com empresários e investidores internacionais.
Na ocasião, também esteve presente Paulo Guedes. Em seu discurso, Bolsonaro fez referência justamente a Paulo Guedes, indicando-o como o condutor das negociações em Davos, e da Economia do país. Falou para os presentes a respeito do Brasil estar em novos rumos, mencionando a Reforma da Previdência, o respeito aos contratos, a posição de 8ª economia mundial do Brasil, dentre outros temas, e foi aplaudido.
Até esta data (23 de janeiro de 2019), as impressões sobre a viagem de Bolsonaro a Davos foram muito mais positivas que negativas, no noticiário internacional. Contudo, sabe-se que a imprensa, aqui, enfurnada até a medula nessa batalha irracional contra o novo governo, nada irá falar de positivo, irá mentir e fazer tempestades em copo d’água. Bom, aqui na coluna “O Mosquito”, a gente fala o que aconteceu!
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Essas memórias que você traz de governos anteriores com seus gastos desnecessários e exorbitantes, passando pela hipocrisia esquerdista se utilizando de uma fúnebre ideia estereotipada de luta e resistência, até os momentos políticos atuais e suas mudanças, nos faz vislumbrar um FUTURO.
Meu Amigo, excelente artigo! Uma enorme vantagem do conhecimento multidisciplinar de Economia e Direito, para nossa felicidade e aprendizado! Parabéns!!!