Nestes tempos sombrios de pandemia, quando a gente acha que a classe política chegou ao fundo do poço em matéria de sordidez, descobre-se que para muitos deles esse poço tem porão de vários andares.
Num momento em que é fundamental apaziguar ânimos e unir esforços em favor do bem comum, eis que surge o bloco das traíras imundas, numa espécie de carnaval fora de época e de sentido, seguindo juntos para o porão do poço da infâmia, fazendo política calhorda, criando dificuldades para desestabilizar o governo e com o pensamento voltado apenas para as futuras eleições.
Em meio a nauseabundos conchavos golpistas, esses ardilosos políticos se arvoram no direito de extrapolar a competência dos respectivos cargos, adotando medidas de viés populista, mas de eficácia duvidosa quando não inócua e contraproducente, enquanto dardejam críticas a quem tem o dever e os meios para enfrentar uma crise de saúde que ameaça e afeta toda população. Ao invés de somar esforços, oferecendo solidariedade e colaboração, apenas subtraem por interesses puramente eleitoreiros.
No Congresso, vemos um deputado denunciado por corrupção, eleito com pouco mais de 70 mil votos, presidindo uma das casas e pedindo desculpas ao governo chinês, em nome da população brasileira, apenas porque o deputado mais votado do Brasil falou umas verdades incômodas a respeito do país de origem do COVID-19 que gerou a atual pandemia. E fez isso aparentemente esquecendo que existe um Ministério de Relações Exteriores e que ele, absolutamente, não tem procuração para falar em nome do povo brasileiro. Enquanto isso defende o obsceno Fundo Eleitoral, recusando-se a concordar que o valor seja repassado para a área da saúde, onde seria empregado no combate à pandemia. Já o Presidente da outra casa, se vale do pretexto da pandemia para deixar de pautar a urgente matéria da prisão em 2 ª Instância, que tanto assusta aos muitos corruptos da classe política.
Governadores se reúnem em conchavo e solicitam ajuda externa – justamente da China, maior interessada em auxiliar a desestabilizar um governo de direita na América do Sul – para fazer frente – adivinhem! – à pandemia que a sonegação de informações daquele país ajudou a disseminar e agravar.
Outro governador determina, à revelia da ANAC, o fechamento de aeroportos, numa atitude absolutamente irresponsável e descabida. Outro autoriza – a boca pequena – a liberação de presos enquanto lidera o golpismo e mente descaradamente afirmando que o Hospital das Clínicas está perfeitamente aparelhado com máscaras cirúrgicas, luvas e álcool gel, apesar de sumariamente desmentido por funcionários da instituição. Outro ainda, em Maceió, autorizou o saque aos estoques de distribuidores de lojas de produtos hospitalares.
Além disso, não faltam nesse carnaval de horrores populistas, um coronel da velha estirpe nordestina criticando, num oportunismo maroto, toda e qualquer ação do governo, assim como um ex-ator pornô guindado pela onda bolsonarista a condição de Deputado, querendo dar lição de moral. É ou não o porão do poço?
E tudo isso sob os aplausos efusivos de uma imprensa cafajeste, descompromissada com a informação fidedigna e que apenas soma esforços manipuladores da opinião pública ao descarado golpismo em curso.
Caros leitores, entre perplexos e indignados, ao contemplarmos esse carnaval de descalabros, só nos resta protestar nas ruas e nas Redes Sociais de Internet, entoando a música de Moraes Moreira e Pepeu Gomes: “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”, com destino certo ao porão do poço.
Laerte A Ferraz para Vida Destra 23/03/2020
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Só me resta a pergunta: até quando iremos assistir a esse espetáculo de horror?
Concordo com a Rosana Vargas. Está demais, estão passando do limite há tempos
Crise gera oportunidade seria hora de aproveitar a “boa vontade” dos ” salvadores da pátria ” do Congresso (Srs Maia e Alcolumbre) e do STF (Sr Toffoli), que estão aprovando recursos pra qualquer ação contra o novo coronavírus, deixando todas as demais questões debaixo do tapete, para usar esses recursos de forma eficiente e aparelhar, modernizar, treinar, gerir nosso sistema de saúde, visando o bem estar da população quando o esse vírus for embora, ficando melhor preparado para os próximos vírus que certamente virão. Ao povo cabe pressionar o congresso pra aprovar a liberação do máximo de recurso nesse momento… Read more »
Mais uma matéria de extrema lucidez do Vidadestra. Laerte, meus parabéns, e obrigado sempre.