No último dia 8 de março, Fachin anulou todos os julgamentos de Lula na Operação Lava-Jato. Monocraticamente, invalidou decisões individuais e colegiadas de outras três instâncias jurídicas, seis anos após o início dos processos. Segundo a procuradora federal Thaméa Danelon [1], a decisão não encontra embasamento legal. Para o ministro Marco Aurélio Mello, foi uma decisão que trocou o dito pelo não dito, que causou perplexidade [2].
Na noite anterior, o senador Humberto Costa (PT) postou mensagem que dava a entender que Lula estava voltando. Imediatamente após a divulgação da decisão de Fachin, os deputados Orlando Silva (PC do B) e Gleisi Hoffmann (PT) já criticavam o fato de que a anulação impediria de processar Sérgio Moro pelos males causados a Lula. Também de imediato, já começaram a surgir versões de que o ministro teria anulado os processos para evitar que Moro fosse julgado por suspeição.
Estranhas e rápidas coincidências.
Pelo sim ou pelo não, no dia seguinte, 09/03/2021, Gilmar Mendes marcou e deu início, na 2ª Turma do STF, à sessão que julgaria àquela suspeição. Seu parecer foi implacável pela condenação, porém, ainda não houve decisão devido a um pedido de vistas do ministro Nunes Marques. Aparentemente, essa atitude de Gilmar corrobora a narrativa de que Fachin quis proteger Sérgio Moro.
Mas seria assim mesmo? Não estaria tudo combinado entre eles?
Na prática, estão desviando a atenção do fato de que Fachin, não apenas anula julgamentos, mas inocenta Lula, o maior corrupto que este país já conheceu, além de burlar a Lei da Ficha Limpa, habilitando-o a concorrer às eleições de 2022 com sua ficha imunda. Ao mesmo tempo, Gilmar Mendes direciona as atenções para Moro. Assim, ambos os ministros, coordenadamente, cumprem seus papeis na concertação: o primeiro livra Lula e o segundo condena seu carrasco.
Dessa forma, planejam eles, arrumam um candidato com chances de vitória para enfrentar Bolsonaro em 2022, pois, até agora, está evidente que não há ninguém com semelhante possibilidade.
Não que Lula possa ameaçar Bolsonaro em termos de votos, pois é notório que nem mais sai de casa, a não ser para ir a Cuba. Mas o corrupto-mor possui uma vantagem como candidato: sua popularidade e imagem mítica pregressas – logicamente fabricadas pela imprensa –, bem como o decorrente apoio incondicional da esquerda mundial, facilitarão uma narrativa de que recuperou sua popularidade e o povo o quer sua volta.
Massificada essa narrativa, passa-se a comprová-la com pesquisas direcionadas cujos resultados a confirmarão e as urnas eletrônicas inauditáveis farão o resto do trabalho. Está sendo preparada uma volta triunfal de Lula contra a vontade do povo brasileiro.
Adicionalmente, demonstram que aqueles que não se curvarem à comuno-cleptocracia irão para a cadeia pela ousadia em tentar fazer justiça. Deputados, jornalistas e ativistas já estão sendo presos. Agora parece ter chegado a vez dos juízes e promotores que se colocaram contra o sistema.
Estamos vivendo uma completa inversão de valores em que a Justiça trabalha para garantir a impunidade dos criminosos e condenar os agentes da lei que os investigam e processam. É a reação da casta corrupta às tentativas da população para sair de seu jugo e caminhar no sentido do desenvolvimento econômico e social.
Há uma estratégia golpista por trás de tudo isso e está sendo protagonizada e implementada pelo STF que, mais uma vez, protege criminosos e persegue inocentes. A Constituição e as leis estão sendo rasgadas pelos que deveriam defendê-las.
É o totalitarismo se configurando.
Vergonhoso Gilmar Mendes. Vergonhoso Edson Fachin. Vergonhoso STF.
[1] Os Pingo nos Is, Rádio Joven Pan, 09 Mar 2021.
[2] Disponível neste link. Acesso em: 09 Mar 2021.
Fábio Sahm Paggiaro, para Vida Destra, 11/03/2021. Sigam-me no Twitter! Vamos debater o tema! @FPaggiaro
O STF destrói a esperança, a virtude, as leis, a paciência, a vontade de continuar acreditando em alguma coisa.
Você deu uma ideia interessante. Para o STF, quem não é ficha suja, não está qualificado para desempenhar nenhum cargo relevante, como Presidente do Senado, da Câmara, de comissões do Congresso, de Presidente da República…… não é gente.
É preciso criar a “FICHA IMUNDA”.
Excelente elucidação do que vem acontecendo. Parabéns!