Em tempos de ‘CPMI das Fake News’, essa confusa comissão mista para investigar “denúncias” não concretas que poderiam envolver membros ligados ao governo federal, causa estranheza que o presidente da comissão, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), não tenha convocado para depor personagens da história recente do Brasil.
Procurem no Google uma matéria da revista “Veja”, de março de 2013, pela qual foi revelado um esquema de organizações virtuais chamado de “RedePT13” formado por falsos perfis e blogs também fake, criados para difamar e caluniar candidatos adversários do PT nas eleições municipais de 2012. Uma das cidades onde os esquema operou foi Vitória da Conquista (BA), mesmo estado do senador Ângelo Coronel, onde é aliado do governador Rui Costa (PT), assim como a relatora da comissão, deputada Lídice da Mata (PSB). O operador do esquema, André Guimarães, era lotado no gabinete do então deputado federal André Vargas (PT-PR), preso pela Operação Lava Jato por envolvimento no esquema do Mensalão.
A “RedePT13”, em Vitória da Conquista, reforçou a candidatura do então prefeito Guilherme Menezes (PT) que buscava a reeleição. Algum tempo antes o petista havia sido denunciado
em reportagem do jornal “A Tarde” como sócio oculto da empresa “Tecmédica Hospitalar”, onde seu sobrinho Márcio Menezes, sócio da empresa, era suspeito, segundo o promotor
de justiça Ivan Machado, de formação de quadrilha, sonegação fiscal e fraudes em licitações.
O esquema funcionava em prefeituras da Bahia e na secretaria de saúde do estado que tinha como titular o atual deputado federal Jorge Solla (PT), que seria o ‘padrinho’ das negociatas. Jorge Solla antes de se tornar deputado federal havia sido secretário de municipal saúde de Vitória da Conquista na gestão de Menezes. Depois foi Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde quando a pasta era comandada pelo atual senador Humberto Costa (PT-PE).
Diante de tantas evidências e tantos personagens da política nacional envolvidos nesses fatos seria mais que prudente que o senador Ângelo Coronel investigasse os personagens, a começar pela ponta do novelo, o petista baiano Guilherme Menezes que até 2019 era o representante do governo do estado da Bahia em Brasília, conhecido pela proximidade com o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), citado no esquema do Mensalão, e com Gilberto Carvalho, ex-ministro de Lula e Dilma que nas planilhas de propina da Odebrecht no esquema do Petrolão era chamado de ‘Seminarista’.
Vejam ainda que a CPMI das fake news já deveria ter sido extinta, mas por conta de um pedido de extensão de prazo, feito por Ângelo Coronel, está suspensa por 180 (a partir de 14 de abril deste ano).
Ficam, então, as perguntas: por que Ângelo Coronel ainda não convocou Guilherme Menezes para depor nessa malfadada CPMI? O quê que Ângelo Coronel pretende ainda fazer, nessa CPMI, que já deu o que tinha que dar?
Ao retornarem os “trabalhos” dessa CPMI, não esqueceremos a importância da oitiva de Guilherme Menezes, senhor senador! Aliás, a pediremos, insistentemente!
Fábio Talhari, para Vida Destra,
Se não ficarmos alertas os PTRALHAS voltam com o mesmo discurso de sempre parte mentira e parte malandragem.