Jesse James foi um bandoleiro de Missouri, sul dos EUA, no século XIX, e se tornou o homem mais procurado de sua época pelas atrocidades, assaltos e assassinatos cometidos. Ainda bem jovem, se juntou a uma quadrilha dos “Bushwhackers” (pró-escravidão), praticando carnificina, roubo, estupros e destruição de patrimônio. Mas sua reputação começou a mudar quando o jornalista, escritor e editor de vários jornais, John Edwards, um ex-oficial da Confederação e simpático à causa da escravidão, começou a criar uma versão Robin Hood de James, numa narrativa vitimista. Por meio de Edwards, James, de pilhador, virou perseguido, alguém injustiçado que lutava contra os poderosos, enfim, um rebelde com causa. Até hoje há quem acredite nessa narrativa romanceada.
Em que pese o lapso histórico, é exatamente essa estratégia que está em processo no Brasil, um país dominado por uma extrema-imprensa, cujos veículos de comunicação não conseguem mais se comunicar com o cidadão comum. Seus editoriais tornaram-se apenas canais de militância, preocupados mais em formar e conformar o cidadão dentro de uma visão ideológica e esquizofrênica, alienada do mundo real. Nessa visão de mundo, a causa se torna mais importante do que as pessoas.
A mente esquerdista que, desde 1960, tem dominado o cenário jornalístico brasileiro, é assim, esquizofrênica. A inversão de valores e a confusão entre verdade e mentira são constantes. A mente esquerdista não consegue distinguir realidade objetiva de alucinações. Quem assistiu ao filme “Uma mente brilhante”, com Russell Crowe, sabe do que eu estou falando.
Falar que o socialismo e seus derivados, tais como o progressismo, são uma doença, não está restrito ao espaço do senso comum. Essa constatação também foi feita no livro do psiquiatra norte-americano Dr. Lyle H. Rossiter “A Mente Esquerdista: as causas psicológicas da loucura política”. A mente esquerdista é de fato uma doença, sobretudo afetiva, já que a razão exige um processamento lógico para se chegar à verdade, sendo esta uma adequação das proposições mentais à realidade objetiva fora dela, o que a esquerda, em certo nível, parece ignorar ou mesmo rejeitar por completo.
Sinais claros desta doença estão por toda parte: dos textos editoriais da imprensa mainstream aos projetos políticos de nossos parlamentares, acadêmicos e artistas.
Com isso em mente, podemos entender muitas aberrações que são defendidas e promovidas pelos mass media socialistas brasileiros, tais como as criações constantes de narrativas de vitimação em prol dos alegados “movimentos sociais” fora da lei como o MTST de Boulos e o MST de Stédile. Pilhagem, destruição e invasão de propriedades se tornam, na metalinguagem dos jornais da esquerda, em justiça social. Invasores são elevados ao status de vítimas de uma sociedade brutal capitalista que precisa ser subjugada pela luta de classes. A construção dessas narrativas pretende recriar o mito Robin Hood num processo em que os fins justificam os meios.
O amor pelo criminoso e consequente ojeriza pelo virtuoso, passando por cima do senso comum e das regras mais basilares da lógica, são sinais claros da mentalidade esquizofrênica esquerdista. Recentemente, o Brasil assistiu estarrecido a grupos marginais e terroristas como os chamados “antifas” ou mais recentemente os “Black Lives Matter”, nos EUA, sendo transformados, pelas grandes emissoras do país, em paladinos da democracia.
E essa patologia do vitimismo, que inverteu a ética platônica do bem, do belo e do verdadeiro, transformando bandido em mocinho, o vício em virtude e o horror em beleza, parece não ter limites, pois todos os dias assistimos a remakes de Jesse James à brasileira. Até quando isso vai continuar? Sinceramente, não tenho respostas. Confesso que o trabalho de cura é hercúleo, árduo e demanda coragem, persistência e esperança.
Paulo Cristiano da Silva, para Vida Destra, 08/08/2020
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Excelente! Os bandidos são sempre endeusados de uma forma ou de outra. Até quando serão, amparados pela mídia?
Excelente artigo!
Lido e compartilhado!
Muito bom artigo. Assunto que nunca de extrema relevância, de como a imprensa com viés claramente esquerdista, transforma o indefensável em virtude.
Parabéns!
Paulo, que texto fantástico! Agradável de ler e muito bem organizado. Parabéns
Há um processo gradativo de desentorpecimento das pessoas com o advento da Internet, que arrancou da esquerda seu primado da razão. Ao pensamento equivocado e doentio, contrapõe-se na atualidade um raciocínio lógico que enfim percebeu que o bem anda de mãos dadas com o trabalho e a familia, os verdadeiros guardiães da alegria e do bem estar. O colapso dos ideais perniciosos esquerdistas é evidente.