Li há alguns dias sobre um jovem que acabara de completar 18 anos explicando com detalhes os motivos pelos quais, segundo ele, justificavam sua ‘partida’.
Entre outras coisas, o que chamou a atenção, foi o fato de ele ter delongado por quase vinte longos parágrafos, seu estado emocional e psicológico confusos, em alguns trechos, ilógicos.
Não culpou ninguém e, ao mesmo tempo, culpou a todos. O mais intrigante e assustador é que ele descrevia sua insatisfação pessoal com a própria aparência. Dizia-se gordo, não aceito pelos colegas, mas que ‘estava tudo bem’…o que importava era ser ‘notado’, fazer a galera rir, porque era o ‘palhaço’ da turma. O vazio tomava conta quando estava sozinho, ninguém ligava, ninguém convidava pra sair, mas postavam fotos em grupo aos quais ele percebera não pertencer.
Então…
Aproveitou os momentos de festividades de fim de ano e decidiu viajar.
Afastado de tudo e de todos fez o triste desabafo de que era melhor tirar a própria vida porque queria ser importante pra alguém, mas no final, ‘ninguém se importa se eu estou vivo ou não’. ‘Não aguento esse vazio, já estou há dias sem tomar banho’. ‘Tentei, mas não consegui suportar a tristeza’.
O rapaz publicou fotos de alguns momentos e pessoas com quem esteve. Nunca seria possível imaginar que por trás de tantos sorrisos, alguém poderia sentir-se tão só.
Triste história com final trágico como antes anunciado.
Ele saiu de bicicleta e se jogou de uma ponte. Só foi procurado e encontrado dias depois, pois deram falta da bicicleta que ele alugara.
Sim, depressão existe. Esta tem sido a pior desgraça do século. Doenças do corpo podem ser tratadas porque dado o diagnóstico, já existem procedimentos elaborados para isso.
Mas, o que fazer com as doenças psicossomáticas? Elas são silenciosas, não matam de uma vez, apenas aparecem e vão se tornando insuportáveis.
Vivemos numa sociedade individualista, egocêntrica, cheia de ‘vazios’ que constroem, tornam-se a fuga da realidade e, por fim, quando não descoberto o perigo a tempo, são mortas por eles.
Alguns são chamados de ‘fracos’, outros ‘só estão querendo chamar a atenção’.
A verdade é que essas muralhas emocionais quase intransponíveis, começam com as desculpas de não ser rotulados, julgados ou rejeitados.
Assim, perdem-se as referências positivas, vive-se de aparências, acomodam-se, o que não permite superar os próprios limites.
Se há, por algum motivo, a sensação de que algo errado está acontecendo, aqui vai algumas dicas: Procure ajuda.
Mude de ambiente.
Respire ar puro.
Acredite que após essa ‘fase ruim’ existe a esperança de que você se aperfeiçoe, seja melhor, não para agradar aos outros, mas para fortalecer a si mesmo a continuar vivendo.
Observe ao seu redor, ajude os outros, liberte-se do egoísmo.
Procure na fé, na religião, forças para conseguir superar seus traumas e seus medos – essas comunidades podem oferecer suporte emocional e aceitação.
Não culpe outros por seus dissabores.
Respeite suas limitações.
Liberte-se!
O sucesso vem de batalhas emocionais vencidas dia a dia.