Como tradicionalmente acontece desde 1949, o Presidente brasileiro abriu a 74ª Assembléia Geral das Nações Unidas, neste último dia 24 de setembro, em Nova Iorque.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade para dizer o que precisava ser dito: defendeu a soberania brasileira sobre nossa parte da Amazônia, criticou a atuação de ONGs internacionais, denunciou ataques insidiosos de uma mídia nacional e internacional francamente hostil, atacou as esquerdas reafirmando sua posição ideológica e condenou a interesseira paranóia que as recentes propostas intervencionistas de Macron despertaram sobre a Amazônia. E fez isso sem citar nominalmente o Presidente francês.
Negou que a Amazônia seja o pulmão do Mundo, uma falácia desmontada pela ciência, mas que ainda vem sendo usada para justificar uma pouco sensata ganância de alguns países sobre riquezas de nosso território. Leu na íntegra uma incisiva carta assinada por diversas Nações indígenas brasileiras credenciando a representatividade da indígena Isany Kalapalo – que acompanhou a comitiva presidencial – e fazendo uma pungente exortação em favor de novas políticas indigenistas que favoreçam o empreendedorismo e progresso. De passagem, criticou o líder indígena Raoni que possui uma ONG na Amazônia financiada pela França.
Mas as partes mais relevantes desse discurso foram as declarações do compromisso do governo dele em relação à Democracia, à paz, aos Direitos Humanos, a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa, o combate intransigente à criminalidade, a corrupção e ao terrorismo, deixando claro que o país não mais será abrigo de terroristas travestidos de refugiados políticos, citando com destaque o Ministro Sergio Moro.
Como não poderia deixar de fazer, criticou os governos socialistas que o antecederam no uso indevido de recursos públicos, especialmente os desviados para outros países em detrimento da infra-estrutura brasileira. Invitou a todos que venham conhecer o Brasil, em particular a Amazônia, e conclamou por parcerias comerciais e tecnológicas.
Faltou dizer algo mais? Creio que não. O recado foi dado de forma clara e com o devido nível de contundência, num momento que se faz necessária uma resposta vigorosa em relação à nossa soberania e valores fundamentais, bem como a reafirmação de defesa de valores democráticos. Somente não entenderá isso quem estiver contaminado pela má fé ou más intenções. E como comentou o General Heleno, ‘Repercussão ruim entre adversários é sinal que discurso foi muito bom’.
Enquanto isso, aqui no Brasil, Rodrigo Maia articula a derrubada de vetos de Bolsonaro à Lei de abuso de autoridade. É, amigos, a missão não é e nem será fácil.
Laerte A Ferraz, para Vida Destra, em 24/09/2019