Afinal, quem foi Borba Gato?

Manoel da Borba Gato, nascido em São Paulo no ano de 1649, este mestiço filho de João de Borba Gato e Sebastiana Rodrigues Pais, se destacou junto a Fernão Dias Paes ainda muito jovem, e em seguida acabou por casar-se com a filha dele.

É interessante que alguns ignorantes digam que Borba Gato era um perseguidor de índios, pois, quando foi acusado do assassinato de Rodrigo Castelo Branco, Governador Geral das Minas no atual Estado de Minas Gerais, se refugiou entre os indígenas.

Viveu foragido até que Artur de Sá, Governador das Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas, concedeu perdão a Borba Gato desde que ele pudesse mostrar os principais veios de ouro e pedras preciosas em Sabará (Rio das Velhas).

Pois bem, foi Borba Gato um dos bandeirantes que já nomeado Tenente General do Mato, conseguiu desenvolver o comercio entre Vilas que sequer tinham estradas para levar mantimentos e itens básicos de sobrevivência.

Esquecem, os terroristas que são pagos com apenas 70 reais para queimar patrimônio público, como a estátua de Borba Gato, que este homem era mestiço, e conviveu foragido entre os índios por mais de 15 anos.

Atitude canalha, rebelde ou terrorista, das pessoas que depredam patrimônio público?

As três; e elas são fruto de uma ignorância adquirida em tempos de Paulo Freire, gênero neutro, etc.

Estas informações foram escritas por Afonso de Taunay no livro Relatos Sertanistas, que possui documentos raríssimos de historiadores da época.

Mas para estes ignorantes a História deve ser reescrita, ou melhor, devemos fazer uma justiça histórica.

Pois bem, vamos testar os conhecimentos das pseudo celebridades que insistem em distorcer realidades.

Mas contra fatos não há argumentos. Vamos falar de Chica da Silva.

Chica da Silva, no imaginário da maioria das pessoas, foi retratada como mulher sedutora, caçadora de homens, nascida no arraial do Tejuco, atual Diamantina.

Temos a obrigação de distinguir a personagem histórica e revelar uma realidade que até então é desconhecida.

Chica, como toda burguesa e que teve fortuna considerável, assumiu costumes da sociedade mineira colonial da época, no auge da mineração.

Nasceu no forro de uma palha, no Arraial do Tejuco, mas se esbaldou em diamantes e pedras preciosas.

Esta burguesa, fruto e espelho da vida mercantilista da época, levou uma vida próxima à das senhoras brancas da sociedade mineira de então.

Era mulata, filha de uma negra, Maria da Costa com o português Antônio Caetano de Sá, veio ao mundo escrava, nascida entre correntes.

Anos mais tarde, foi alforriada por João Fernandes, homem que se apaixonou por ela perdidamente.

Treze filhos teve com ele.

Agora vejam vocês como os fatos são escondidos da maioria das pessoas que não se interessam por leitura.

Chica, criou nove filhas no melhor colégio da região na época, teve vida nababesca, acumulou fortuna, era proprietária de inúmeras casas e terras, e pasmem, chegou a possuir mais de 130 escravos, número estratosférico mesmo para os mais ricos fazendeiros e exploradores das Minas.

O que digo e afirmo está amplamente documentado na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, na Torre de Belém Portugal, e em algumas das melhores Universidades dos Estados Unidos.

Quem diz não sou somente eu. É Júnia Ferreira Furtado, que escreveu o livro Chica da Silva e o Contratador de diamantes.

Ora, se é para partir para atos insanos, agora os terroristas que querem rescrever a história sem ter a mínima noção do que era viver nos Séculos XVII e XVIII, irão eles escorraçar a imagem desta figura enigmática de nossa História?

Jamais permitiremos.

Chica foi e é exemplo de sua época, com defeitos, falhas e qualidades assim como foi Borba Gato.

Borba Gato, conseguiu desenvolver o comercio entre Vilas que não dispunham de estradas, somente dispunham de caminhos ermos e com risco eminente de assalto e morte.

Este bandeirante é um dos pais fundadores de nossa nacionalidade e por causa dele, é que  temos algumas estradas que usamos atualmente. A ideia nasceu com os Bandeirantes. Isto também é fato.

Ou seja, interligou regiões, criou fluxo de comércio e gerou mais riqueza às pessoas que ali habitavam, e outras que desbravaram os sertões pelo meio do mato, para depois usarem carros de burro e de boi.

É o que comumente conhecemos atualmente, como solução de gargalos para nosso Agronegócio, vendas entre municípios e Estados.

Poderia ficar a escrever páginas dos feitos não somente dele, mas de Raposo Tavares, Fernão Dias Pais Leme, entre outros.

Mas é necessário criar um ambiente de curiosidade com as duas citações que fiz, sobre autores que contam as histórias e fatos sobre as Entradas e Bandeiras no Brasil.

Ler é a única saída para sairmos da escuridão.

 

 

Paulo Costa, para Vida Destra, 30/07/2021.                                                            Vamos debater o meu artigo! Sigam me no Twitter: @PauloCostaOfic2

 

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Cristina
Cristina
2 anos atrás

Parabéns Paulo Costa por compartilhar seu conhecimento conosco. Infelizmente, poucos brasileiros conhecem a História do nosso País. A maioria dos “historiadores” , ou melhor, “contadores de estória ” do Brasil não consegue desvencilhar-se do viés ideológico. Em vez de relatar os fatos históricos, com base em pesquisa, de forma honesta e isenta, desandam a criar narrativas e fazer julgamentos, sempre na tentativa de manipular o leitor. Espero que você publique mais relatos como esses da nossa história! Abraços!

WELTON REIS DOS SANTOS
2 anos atrás

A história é para tomar decisões e não para ser esquecida ou expurgada da sociedade. O ato terrorista além da violência caracteriza a falta de cultura. Excelente artigo, parabéns!