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Destrinchando – Como ser um conservador

Nesta série de artigos, sempre publicados às quintas-feiras, analisaremos a obra: Como ser um conservador, do filósofo e escritor inglês Roger Vernon Scruton, que faleceu em 12 de Janeiro de 2020. Toda semana, atualizaremos o sumário neste artigo; coloque o mesmo em seus favoritos no navegador. Lembrando que os títulos e subtítulos podem não ser iguais aos existentes no livro. Sem mais delongas, aproveite.

 

Conservadores – silenciosos

Ser um conservador é algo comum. Mas ser um intelectual conservador é algo totalmente “fora da caixa” e raro. O ambiente acadêmico e cultural está cada vez mais hostil aos valores tradicionais e a cultura ocidental de liberdades conquistadas ao longo dos séculos. Conservadores comuns são constantemente atacados e rotulados como reacionários, sexistas, preconceituosos, racistas. Ser o que é, cuidar da família, ter pensamento próprio, manter tradições, religião e cultura local, ser honesto e trabalhador e não ter o pensamento  “moldado”, tudo isso é desprezado e ridicularizado  pelos que se rotulam intelectuais. Por esses motivos, os conservadores se movem com calma e de forma silenciosa nos círculos intelectuais, por viver sob forte pressão e com medo de serem excluídos e terem seus negócios e projetos arruinados.

Segundo George Orwell, quando a situação aperta, nossos trabalhadores não defendem a sua classe, mas o seu país, e associam o país com um modo de vida totalmente honrado e hábitos como não roubar ou não matar uns aos outros, são totalmente normais. Por isso os intelectuais esquerdistas sempre descartam e interpretam mal a classe trabalhadora, que não quer ter alguma relação com a deslealdade autoproclamada que sós os intelectuais podem se permitir, para bom entendedor,  meia palavra basta.

 

Margaret Thatcher

Os anos 70 foram sombrios para os ingleses, que viam seu país mergulhar no caos da cultura de repudio promovido nas universidades e pelas elites formadoras de opinião, em que a palavra “ PATRIOTISMO” se tornara um palavrão. Um país que defendeu com êxito a cultura e valores ocidentais em duas grandes guerras mundiais, estava abrindo mão do orgulho, da iniciativa, dos ideais de liberdade e cidadania, das suas fronteiras e defesa nacional.

No meio desse “mar de desânimo”, apareceu Margaret Thatcher, líder do Partido Conservador, que declarou seu compromisso e apoio a economia de mercado,  iniciativa privada, com a liberdade do indivíduo, soberania nacional e com o estado de direito – com tudo aquilo que Karl Marx tinha repudiado como uma “ideologia burguesa”. Era capaz de se comunicar com o povo e obter o apoio do mesmo, totalmente odiada pela esquerda. Sempre queria que o seu eleitorado reconhecesse que a vida pessoal e sua liberdade pertence a cada qual, e não ao sob responsabilidade de outra pessoa ou Estado, uma sociedade regida pelo empreendedorismo.

Para Thatcher, a sociedade é formada por indivíduos que se associam livremente e formam comunidades de interesse, sendo que os socialistas não têm o direito de controlar ou proibir.  Ela realmente acreditava no país. Família, associação civil, a religião cristã e o common law* estavam integrados em seu ideal de liberdade sob a lei.

Seu impacto no cenário internacional era mais importante  e reconhecido do que no cenário nacional. Aliada de Reagan em oposição a União Soviética e totalmente compromissada com a Aliança Atlântica. Imagine pessoas, como por exemplo, do leste europeu, subjugadas por países e regimes totalitários e sanguinários, sabendo que líderes ocidentais estavam pressionando por sua libertação.

Reagan, Nancy Reagan e Papa João Paulo II

 

Segundo John O’Sullivan e Roger Scruton, a presença simultânea de Reagan, Thatcher e do Papa João Paulo II nos mais altos cargos políticos foi a causa do colapso soviético.

 

*common law (direito comum) é um sistema jurídico utilizado em países de língua inglesa. Possui como principal característica ser baseado em precedentes criados a partir de casos jurídicos – e não em códigos. Por isso, o papel dos juízes e dos advogados é importante para o desenvolvimento desse sistema.

 

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SUMÁRIO

Destrinchando – Como ser um conservador

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Nunes, para Vida Destra, 08/07/2021

Publicado inicialmente, 12/11/2020

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15 COMMENTS

  1. Bom dia,muito bom.So queria fazer uma correção:na foto quem aparece ao lado de Reagan e do Papa João Paulo 2° é Nancy Reagan , esposa do presidente.

  2. Excelente iniciativa! Parabéns!

    Só faço uma observação, na foto estão o Papa João Paulo II, Reagan e a esposa, Nancy Reagan.

    • Obrigado pelo elogio, BananenseNãoPraticante.
      Fiz a correção da legenda, espero você aqui todas as quintas, suas críticas e sugestões são sempre importantes.
      Quando quiser escrever, a porta está aberta, já conheço seus artigos dos outros projetos.

  3. Parabéns pela iniciativa!
    Precisamos difundir o conhecimento acerca do conservadorismo, pois muitos se julgam conservadores, mas não sabem de fato o que é ser conservador!

  4. Bom dia! Achei o texto interessante, pois me entendo como conservador. Contudo, existe um problema: não sigo nenhuma religião, pois a minha religião é Deus e seu Filho Terreno, Jesus. Isso implica que eu deixe de ser de ser conservador? Parabéns pela iniciativa. Abs.,

    • Bom dia, obrigado pelo tempo na leitura. Basicamente algumass bases do conservadorismo foram colocadas em prática no Ocidente baseando-se na religião cristã. Se não fosse isso, não existiriam os templários na Europa, livrando a mesma do islamismo .
      Sobre ter ou não ter uma religião, isso não faz de você mais ou menos conservador, o que vale são as suas bases e o que você coloca em prática, e pelo que você disse, você tem uma base cristã. Não deixe de acompanhar toda quinta-feira aqui no Vida Destra.

  5. Mais uma vez, excelente análise! Faltou um certo cuidado com o texto em um ou outro parágrafo, mas o conteúdo é de alto teor reflexivo, contribuindo muito com as premissas de Scruton. Muito bom!

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Empreendedor, colunista da seção Desnudando o Mercado!